Dor.

Neste meu último horizonte,

Meu corpo e alma não mais choram;

Não doem ou suspiram de agonia.

É simples assim o meu fim,

No ardor das chamas do sofrimento,

Meu coração é cinza depois de tudo isso;

E não vai ressurgir de minhas lágrimas,

A beleza de minha história em poemas,

Nem será possível lembrar meu nome,

Pois, das histórias da vida ele será apagado.

O sonho de voar e de ser livre é passado,

Que foi esmagado pela crueldade e solidão.

Meu ser foi jogado ao mar do caos e do terror,

E, lá ele se afoga, mas não morre nem vive.

Da mesma escuridão que se faz o medo,

Minhas noites se preenchem e se fecham;

E nem o Sol ou o fogo iluminam meus olhos

Minha face ou tampouco meu caminho.

Estou só, sozinho na vastidão da tristeza,

Secando de fome e sede de vida.

E daqui deste meu ultimo horizonte eu vejo,

Eu sinto, até tento e desejo à fuga do fim,

Mas a eternidade clama minha existência,

E me acorrenta ao tormento e desespero.

Assim não há mais dias ou noites ou sequer tempo,

É tudo um só, um único sentimento;

Dor.