Nietzsche era o cara!


Nietzsche, disse: “A recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais”.
Simples assim.
Ou seja, não se morre duas vezes. Por coisa alguma.
É o equivalente, guardada as devidas proporções, a dizer que “gato escaldado tem medo de água fria”.
Quem já morreu de alguma forma, não pode, sendo uma criatura inteligente, flertar com a morte novamente.
Nem por brincadeira, nem para sentir qualquer emoção, nem que seja por curiosidade.
Morreu, tá morto! E se ainda há algum resquício, é porque morte não houve.
Assim também se faz o aprendizado.
Criança que já queimou os dedos, não brinca com fogo.
Quem já levou ferroada, não cutuca a caixa de abelha.
E quem apanhou da vida, escolhe outros caminhos se for esperto.
Voltar, revirar, reviver e ressentir não é coisa de morto.
É no máximo, coisa de zumbi. E cá entre nós, por mais, que estas criaturas estejam na moda, não existe nada mais chato do que viver arrastando as correntes do que já deveria estar enterrado.
Portanto, Nietzsche foi profundamente assertivo em sua colocação. Particularmente acho que ele falava da liberdade. E como tudo na vida, a liberdade também tem um preço. Às vezes é preciso abrir mão de um projeto para que outro se crie. Em alguns momentos é preciso se despedir para que a vida siga seu fluxo e em outras, é necessário um novo recipiente para o vinho fresco.
Nietzsche deve ter pensado muito até chegar a esta conclusão e por certo se livrou de algo muito incômodo quando percebeu que só revive seus mortos e alimenta seus fantasmas quem quer.
Ou não.
Talvez ele não tivesse pensado nada disso e a interpretação foi dada por alguma ideia equivocada da minha mente.
Não importa. O fato, é a frase leva qualquer um a refletir.
Enfim...Deixar os mortos ou conviver com velhas falas?
Não há como escapar: é a boa e inegável questão de opção.
Há quem goste de flores e dias de sol e há também quem goste de dias amargos e companheiros zumbis... fazer o quê?




 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 30/09/2013
Reeditado em 01/10/2013
Código do texto: T4505205
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