Culpa diária...
Talvez sejam os dias quem contam as pessoas. Que notam os detalhes e nos mostram a beleza da vida. Talvez sejam os dias os culpados dos erros, das mentiras e dos amores perdidos, dos sorrisos soltos com aquele amigo que apareceu do nada e nos salvou o dia. Talvez os dias estejam vivos, nos amando, nos odiando, nos testando e, a cada segundo, tentando nos levar desse mundo. Os dias passam, os dias ficam. Às vezes os dias parecem nem existirem. Simplesmente somem... Talvez os dias não sejam culpados. Talvez sejamos nós, que sempre temos que culpar algo para nos livrar da culpa. Talvez...
O dia é uma forma de medir o tempo. Tempo foi o nome que demos ao maior ceifador de vidas que um dia pudemos conhecer. Falando assim, até parece que o tempo é sádico. Não o vejo assim, o vejo como algo carente que, assim como nós precisamos dele, ele precisa de nós. É uma coexistência justa. Nós damos a ele lágrimas e ele nos dá tempo para conseguirmos sorrir novamente. Nós fechamos os olhos pesados e ele nos alivia o coração.
Talvez tudo isso seja coisa da minha cabeça. Talvez o tempo seja apenas um menino atrapalhado com uma ampulheta na mão, ele nunca sabe para que lado deixar a areia cair. Talvez algum dia eu entenda o tempo e, que ele me dê mais alguns dias para entender primeiro os dias vazios que passam por mim a beira da janela olhando a chuva.
Talvez os dias não sejam os culpados, nem o tempo. Talvez seja o simples ato de culpar...