Uma reflexão sobre a relação humana. Parte 1
"É triste perceber como as relações humanas cada vez mais se tornam parte do sistema capitalista que devora a humanidade. Tudo está se tornando negócio, os sentimentos são produzidos pela televisão, ela dita de quem gostar, como gostar, e de que forma se livrar. A geração da vitrine cresce rapidamente, todos querem ser aquilo que está amostra, todos querem seguir a modinha, viver o momento para não serem jogados fora. A grande maioria da pessoas quando se relacionam seguem esse padrões vazios, sem sentido norteados pelo mercado ausente de "verdades", são induzidas a seguir o que vale mais, o que o dinheiro pode comprar se torna a qualidade mais reparada. Ostentar sentimentos é mostrar o que se pode oferecer, vendemos nossa imagem por tão caro, vedemos nosso caráter por tão barato, tudo tem sem preço invertido nesse sentido. E a primeira coisa que pensam quando conhece alguém, é de como, e quanto se pode ganhar com aquela pessoa, o interesse não é só corporal, nem sentimental, as juras e atração esconde um mostro, esconde a validade do "produto" que está sendo " comprado". Casamentos passam a ser meros investimentos, nossa realidade faz desacreditar, trairmos mais, gostamos menos. E toda essa esfera se inspira e inspira na produção cultural, o que se ouve, o que se vê é parte dessa conspiração contra o que é "bom" de verdade. A grande massa está dando ibope ao vulgar, esquecendo os valores familiares, o respeito pelo próximo. Queremos sempre sobressair, ter rivais, estamos presos a concursos, a "ter e ser" o que realmente não somos. A originalidade está carente de atenção, estamos nos tornando repetidos, tendo apenas novas embalagens, seguindo tendências que colocam sempre o que é simples e necessário em ultimo lugar, deixamos de ouvir os refrões e batuques sinceros que o coração produz, para nos expormos ao lixo que nos servem..."