Z E I T G E I S T (e outras bobagens)



 
Zeitgeist é o nome do documentário que pretende demonstrar que o cristianismo não passa de uma releitura de mitos do paganismo, sendo assim apenas mais um mito.A idéia não é nova, desde a virada do século XIX para o século XX sugere-se que a ressurreição de Cristo poderia ter sido influenciada pela mitologia pagã.De tempos em tempos uma nova onda de teorias conspiratórias e romances sensacionalistas lançam mão de idéias desse teor, com grande sucesso, é preciso que se diga, Dan Brown e seus imitadores que o digam...

A coisa toda parece partir das aparentes semelhanças entre mitologias pagãs e o cristianismo, no sentido de explicar o cristianismo a partir de uma perspectiva generalizante, e necessariamente superficial, do conjunto de crenças, mitos e símbolos do panteão pagão.Um raciocínio semelhante é o usado para sustentar que todas as religiões são válidas e legítimas, dadas as numerosas semelhanças existentes entre si, o famigerado pluralismo religioso.Aqui, no entanto, a proposta é claramente outra, reduzir o cristianismo a um mito entre tantos outros, dos quais supostamente se originou, e com o mesmo destino, desaparecer por completo mais cedo ou mais tarde.
 
Bem, é relativamente fácil perceber o esforço desesperado dessa linha de pensamento, se assim podemos nomear...isso.A principal indicação de que tudo não passa de mera intrujice é o fato de que simplesmente ignora-se a complexidade desse mitos ‘originais’ em seu contexto histórico.Um olhar menos tendencioso e menos superficial revela que tais ‘semelhanças’ talvez não sejam assim tão semelhantes como se pretende anunciar tão depressa.Os supostos pontos em comum com o cristianismo seriam exemplificados nas figuras de heróis em assunção ao céu (Hércules, Rômulo), ou desaparecidos em uma esfera superior (Apolônio de Tiana, Empédocles), ou símbolos sazonais para o ciclo do plantio (Tamuz, Osíris, Adônis) e ainda expressões políticas do culto ao imperador (Júlio César, César Augusto).
 
Observa-se que, a rigor, nenhum deles constitui um paralelo à idéia judaica da ressurreição dos mortos, mesmo forçando aqui e ali para tudo se encaixar onde se espera...( a discrepância é particularmente bizarra em se tratando de mitos gregos, pois para os gregos valia a crença da encarnação num corpo mortal distinto, diferentemente dos cristãos, que acreditavam na ressurreição do mesmo corpo físico que se tornava imortal ).
 
Nenhum mito grego ou romano fala da encarnação literal de um Deus monoteísta por meio de um nascimento virginal.
 
Osíris, conforme Gary Habermas e Michael Licona citados por Geisler, não volta realmente à vida física, mas torna-se membro de um submundo de sombras.
 
Não há qualquer vínculo causal entre os mitos pagãos e as origens da crença dos discípulos na ressurreição; tais mitos eram, na verdade, bem conhecidos dos judeus, que tinham para eles um epíteto singelo : abominações!


E assim por diante...
 
E a coisa é realmente sedutora.Paul Verhoeven anunciou para 2014 a estréia de seu filme JESUS DE NAZARÉ, no qual desenvolve a teoria de que Cristo na realidade teria sido produto de um estupro, perpetrado por um soldado romano ( coisa muito comum, naquele contexto, segundo o cineasta... ).

Reserve já o seu ingresso, posso imaginar salas lotadas...






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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 26/08/2013
Código do texto: T4452344
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