Antiga Rua

 
Estou de volta à rua sinto a falta de minha liberdade!
Anos passaram a fio quanta coisa mudou, ela esta asfaltada que pena! Difícil jogar bolinhas de gudes agora e rodar piões, são carros e carros enfileirados.
Olho para os fios sujos com rabiolas de pipas penduradas, esta cena arremete-me para outrora, onde andaria a Claudia de meu sonho juvenil? E as primas dos colegas?

Hoje sou um homem que anda pela rua antes era um garoto que mergulhava nos meus sonhos, homem maduro com alma de criança qual grita latente dentro de mim.
Caminho sonhando com meu coração procurando repousar seguro com a dona de meu amor.
Onde estão os bambuzais e as diversas casinhas com suas simplicidades? Deram lugar aos bonitos sobrados o velho córrego foi canalizado, nem sinal da antiga ponte de tábuas, os garotos são indiscretos, parecem adultos neste novo tempo.
Cadê as pitangueiras, as amoreiras e jabuticabeiras o poço d’água de meu avô?

Como era fértil a terra tudo que plantava se colhia quantos baldes d’água não foram tirados em socorro da vizinhança quando algo era interrompido pela Companhia de Saneamento.
Pareço escutar a buzina do velho sorveteiro até o apito inconfundível do amolador de facas e tesouras, onde estão estas coisas?!
Detalhes sobreviventes no meu ser, silêncio confuso que deseja se manifestar são tantas peças de museus, sinal de maturidade?

Peças que a vida nos prega num verdadeiro tempo a tempo de se entender muita coisa... Caminhando ao contrário tempo de regressão para a compreensão e alegremente dizer: Eu Vivi!
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 23/08/2013
Reeditado em 23/08/2013
Código do texto: T4448497
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