Crise do Escrever
Uma escassez de idéias me assolou, não sei o que escrever, sobre o que, algum assunto relevante, algo pensante, que embrione pensamentos, mas o que?
As quatro paredes do meu quarto me trancam e parecem trancar também minha mente, todo voo de ideias que é alçado parece subir até o teto e nele se estagnar. Os pensamentos se arrastam pelo teto, sobre mim e nada vem ao papel, nenhuma letra pinga, poesia alguma escorrega e cai sobre mesa, os parágrafos, parecem, não querer ser penejados.
Sofrimento, desespero, abstinência. Como descrever ou classificar essa incessante vontade de escrever?
Leio, devoro livros inteiros, poemas, haikais e romances, passeio os olhos atentos pelos jornais, revistas, leio habitualmente, apaixonadamente, mas não escrevo nada a meses.
Não obstante a todo esse desejo de escrever, respeito o tempo e as férias das minhas mãos, da minha mente, do meu ser. Julgo necessário, natural.
Tão natural quanto essas palavras que gotearam no meu papel agora.
Espero que signifiquem o fim das férias, a volta do trabalho intenso, prazeroso e desafiador que é escrever.