Ainda sou melhor com você do meu lado
Sinto que não devo estar valendo muito nesse instante,
regido pelo fato de não querer que você vá embora.
É que, bom,
agora é pra valer.
Não é o frio indigesto na barriga,
nem a adrenalina pulsando por entre as veias.
É uma dor contundente sentimental,
impassível
e leve demais pra não fazer morada rapidamente no meu peito.
Uma dor persistente e ao mesmo tempo indecisa,
conflitante.
Dor que não se traduz como egoísmo
ou possessão;
sim,
o medo de perder gradativamente,
e sentir o efeito corrosivo da distância
no seu pior estado.
É ter de escolher,
mais uma vez,
carcomidamente a quem devo seguir.
O coração por vezes impulsivo;
ou a razão outrora demasiada corajosa
e precisa nas verdades.
É saber que todas as próximas noites não serão tão tranquilas,
e roçar o travesseiro até achar o melhor jeito pra desabafar
e dormir
vai ser constante;
e perder o sono deteriorando minha capacidade
e até humor
vão persistir durante dias.
Não vou mais saber como é ter alguém doce,
logo ali.
Alguém que eu goste tanto,
e queira bem.
Pois, longínquo será pouco;
a mente paira sem destino quando os corações
não se encontram mais.
É a vontade de querer o toque na pele novamente;
sentir o cheiro,
fixar no tom dos olhos,
inalar o cítrico do hálito,
bem de perto.
E não vai ser fácil,
eu sei;
e sei,
porque ainda sou melhor com você do meu lado.