A magia circense

Fui ao circo no final de semana. E confesso que assim que coloquei os meus pés lá dentro esqueci de todas as minhas preocupações sociais e pessoais, infundadas e ao mesmo tempo coerentes que insistem em tirar o sono de todo e qualquer mortal que trabalha, vive de sonhos, trabalha de novo e às vezes adia os seus tão preciosos sonhos.

Cheguei 20 minutos atrasada, o espetáculo já havia começado, e sinceramente, me senti a personagem Lúcia entrando no guarda-roupas a ponto de descobrir o Reino de Nárnia.

O palhaço, o malabaris, a cigana encantadora, o mágico, a dançarina sedutora, o trapezista, a equilibrista, e tantos outros artistas que me fizeram um bem tão imenso que tornam as minhas palavras insuficientes para expressar tal sentimento.

Sou fascinada pelo circo, a maneira que os nossos sorrisos são conquistados, o brilho nos olhos, a nossa inquietude, suor nas mãos, surpresas a todo momento. Sinto-me uma criança a espera de cada número, de cada apresentação.

Meu coração palpita com o salto do trapezista, apaixona-se, entrega-se, e de uma maneira inexplicável as horas voam debaixo daquelas lonas mágicas.

Definitivamente, a magia circense pertence aos nobres de coração, aos que respeitam a arte, o artista. A platéia do circo pertence aos adultos e crianças que possuem corações gigantes.

Sou Tamires, filha de um homem que certa vez fugiu com o circo quando tinha 17 anos.