Coisas que ficaram para trás
As vezes um única pergunta nos faz acordar de um sono profundo e inconsciente.
A pergunta foi fatal. Um tipo de revelação dada a nosso íntimo, daquelas que nos faz ver que o tempo passa mais depressa do que imaginamos.
Diz-se que a idade é supérflua quando se procura grandes coisas, e que não existe tempo determinado para se conquistar algo. Porém, existe algo que só existe no seu próprio tempo, como aquela sensação de frio na espinha com o primeiro beijo, a primeira festa, o primeiro amor...
Essas coisas só são sentidas magicamente no seu próprio tempo, dentro da fase mas tênue da mocidade. Tudo é mais lindo... o amor inocente, a amizade sincera, a conversa amigável e a primeira lágrima de decepção. Tudo isso existe somente no espaço que o contém. Não que não exista beleza na faze mais madura, mas o verdadeiro encanto só acontece na mocidade... quando vemos o garoto mais feio e o transformamos em príncipes, ou quando queremos tudo imediatamente sem esperar, como se nossa vida fosse acabar tão depressa.
Essa é a fase das descobertas, do encanto e do começo das escolhas.
Essa pergunta foi o suficiente para me lembra que na estrada da vida deixei muitas coisas para me preocupar com outras coisas que não estavam no meu tempo para acontecer.
Ah, que bons tempos eram aqueles onde eu pensava ter tudo nas mãos, onde eu podia sonhar com estrelas e acordar nas nuvens, com um tempão de espaço para fazer acontecer as coisas.
As coisas com um tempo viram sérias demais, perdendo o seu encanto de antes.
Coisas que se perdem...
Coisas que ficaram para trás...
Sinto saudades daquele tempo como alguém que perdi ha muito tempo.
E esse alguém era eu.