O imaginário de uma menina sem qualidades
Era uma menina sem qualidades. Era magra, alta, comum. Aquela garota que você não olha ao entrar numa sala cheia, aquela que está senta num canto, aquela que você nem percebeu. Era quieta. Ninguém prestava muita atenção nela. Seu cabelo era liso, grande, sem graça.
Ela não sabia desenhar, pintar, cantar, dançar ou tocar instrumentos. Não tinha nenhuma vocação nem talento. Nunca foi a aluna mais inteligente, nem a mais bonita, nem a mais legal, tampouco a mais popular.
Só era lembrada na hora da chamada, ainda assim muitas vezes com a professora falando seu nome errado. Ela não era esportiva, nem muito ligada a alguma coisa. Não havia nada que ela gostasse muito. Ela era sem cor, sem sal, sem qualidades.