A BELA FERA
Grande, de cenho fechado. Olhos fixos, café pelando. Sem muitos toques, tabuleiro sem bolo, horas mal gastas. Faltava-lhe o encaixe, é claro, como um doce sem liga. E tudo, tudo sempre tão cinza…
Numa conversa, como que sem querer, um encontro. E, entre razonetes, máquinas de refrigerante e primeiras más-impressões, uma simples caixinha de giz de cera, sem manual de instruções. Como fogos de artifício, cores, tantas cores, muitas e quantas…! Misturam-se, multiplicando-se em um arco-íris de manha e aconchego.
Pintei os seus olhos de verde, seu céu de rosa e você, amor, o meu coração de vermelho. Seu mundo, então, nunca mais só branco, nunca mais só preto. Nunca mais só. Rabisquei-o todo.
Anne Py
http://glacecomlimao.wordpress.com/2013/02/02/a-bela-fera/