Ostra feliz não faz pérola

Se busca acreditar que as coisas poderão, em algum momento, ser diferentes. Não se ama o que se quer amar, e não se pode ter tudo que se ama. Bem, na realidade, nada disso tem muita importância; decepções funcionam como vacinas: previnem, fazem com que o que for

atingir não seja uma surpresa; mas, ainda assim, não é uma barreira perene e inabalável.

As coisas acontecem, nem sempre como queremos e nunca como esperamos. As mais dolorosas machadadas são desferidas quando se percebe que o cabo do próprio machado é feito de madeira.

Pessoas são complicadas; afinal, o quê esperar de seres que sequer amam ou, em seu mínimo, respeitam seus semelhantes de mesma espécie?

Mas ostra feliz não faz pérola; então, que para algo sirvam esses grãos de areia que nos causam dor.

Idril Anárion
Enviado por Idril Anárion em 01/05/2013
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