Hipocrisia ou apenas falta de caráter?
Um pensamente interessante me ocorreu enquanto eu casualmente assistia a uma reportagem sobre o casamente gay no Brasil, atualmente existe uma guerra fria travada entre idéias completamente opostas que pode tanto causar um avanço para a sociedade mundial quanto a destruição de ambas as partes. Há dois pilares principais na guerra fria atual, os homossexuais e os homofóbicos e, assim como no conflito originário desse termo, as "áreas de influência" de cada um desses pilares são arrastadas para o meio da confusão, essas que por vezes não desejavam ser parte no conflito. Não há um caminho claro e limpo a se seguir, uma forma para que os resultados não sejam controvérsios para algum grupo, uma solução que não derrube um desses pilares.
Não quero colocar em questão a credibilidade de nenhum dos lados, quem sou eu para julgar opiniões pessoais? Na verdade, nenhum ser humano tem poder suficiente para se achar no direito de impedir que alguém fale livremente sobre qualquer assunto, desde que não machuque nada e nem ninguém no processo, e é nesse ponto que toda guerra se perde, quando alguns travam árduas batalhas no campo diplomático para trazer a paz da melhor maneira possível enquanto outros pegam em armas para provar seu ponto de vista.
A meu ver temos em ambos os lados seres humanos querendo ser felizes da maneira que mais lhes parece conveniente, da forma que foram educados ou com a pessoa pela qual se apaixonaram, e ninguém está errado ao buscar a sua felicidade, mas não podemos ser completamente felizes se para isso temos que reduzir as chances de outra pessoa alcançar o mesmo feito a cinzas. Somos todos iguais, ninguém é superior a ninguém por qualquer motivo, seja classe social, quantidade de melanina na pele, gênero pelo qual nos apaixonamos, local onde trabalhamos, crenças que seguimos ou qualquer outra coisa, nada da direito a ninguém de se julgar melhor que uma outra pessoa, a partir do instante em que nos elevamos um patamar sob qualquer outro indivíduo, estamos na verdade nos tornando inferiores.
A verdadeira questão para mim está nessa situação: Uma pessoa no seu círculo de convivência, que você está acostumada a tratar com educação e com um certo nível de intimidade e amizade, acaba por ser de um "pilar" diferente do seu, o que você faz nesse instante?
A) Retira a pessoa completamente do seu convívio por esse simples detalhe, mesmo sabendo que ela ainda é a mesma pessoa de um segundo antes
B) Não faz nada porque você a conhece e ela é diferente do resto da "área de influência" a que ela pertence.
C) Não tem o que fazer, nada mudou e não haveria porque mudar, ela busca ser feliz da maneira dela e você da sua e não há mal nenhum nisso.
Esse que sempre foi um assunto escondido dentro do armário, empurrado para debaixo do tapete e ocultado por algumas cortinas, vem pouco a pouco assistindo o véu cair. Nos livros de história falarão dos anos que se aproximam como uma "batalha legislativa e burocrática travada em um cabo de guerra" e haverão, como sempre, os vitoriosos e os perdedores, mas com uma particularidade, haverá também aquele grupo das pessoas que foram mente abertas o suficiente para perceber que isso não é uma questão de opinião, e sim uma busca pessoal pela sua felicidade.