As letras estavam confusas, o coração era o principal culpado. Há tempos que não compreendia os sentimentos em desalinho. Queria estar distante, muito além daquelas terras. Ficou presa, estática, com a infelicidade camuflada dos dias. Ansiou por um grande amor, talvez não fosse este o destino seu.
Por um tempo - até demais - dedicou o sentimento a quem não merecia. Notando e ignorando, provou de anos vazios em abuso silencioso. Nunca foi mais que a melhor amiga. Sempre corrigindo/polindo os projetos de quem, longe dela, se tornou o "homem ideal". Jamais se sentiu a altura dele. Nem as dietas, nem os cursos, nem mesmo o intenso esforço em reconhecer o porque dos gostos pessoais restaram frutíferos. O que lhe coube? Assexuado sorriso malicioso.
Invariavelmente a reação em cadeia recebeu a fagulha limítrofe para seu desencadeamento:
Inércia virou reflexão.
Reflexão restou em ultimato.
Do ultimato ao espanto,
Que caminhou para a resposta.
Resposta igualou-se a decepção.
Depois: Cura!
Um basta e o rumo modificou-se. As rédeas da vida - antes perdidas em lamentos irracionais - estavam pousadas em suas mãos. Do filme de sua existência agora se tornara a Protagonista.
* Dedicado a todos aqueles que compreendem os sentimentos de Íris Simpkins (O Amor Não Tira Férias).
Parece improvável, mas, sim; Uma hora despertamos da ilusão de um quase amor.