O SONHO

Sonhei que tu morrias, era triste mas eu não sentia. Percebia vago que tu não estavas, te chamava mas tu não respondias, te procurava porém tu não estavas, te entrevia todavia não te enxergava. Era uma realidade lúgubre e longe do possível; eu cá com meus botões notando tua ausência entretanto as lágrimas não vinham, a água que escorria dos meus olhos era senão baixa estima e teu corpo já esquecido em minhas pálpebras pairava como uma ideia há muito perdida. Então veio o colapso de tudo, o sol entre duas tardes sentidas e o além sobre um céu posto e estendido, aquela ausência antes de nada agora surrupiava toda a minha vista sem nau, sem direção e sem linha, somente uma esquisitice sem vida; delirava com a primeira pessoa que encontrava no corredor e dizia: ela morria e a mesma me respondia: morreu tu não sabia? E aquilo foi tão real, teve tanta essência mágica de sonho que acordei e não entendia se delirava a saudade imensa que me dominava ou se sonhava a realidade triste que vivia, de modo que não sabia se sonhava tudo que sentia ou se sentia tudo quanto eu sonhava!

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 05/04/2013
Código do texto: T4225389
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