De mim para meu próprio eu
Eu confesso que sofri, sofri
e me senti sem ar
sem mar
sem fim.
Confesso que chorei, chorei
e quase gritei.
Confesso que quase me senti
sem mim.
Eu confesso que não confesso,
que apenas converto e converso sobre mim.
Falo sozinha nas minhas agonias e nas alegrias sorrio pra ti.
Todas minhas conversações são para me ouvir.
São para saber o que há dentro de mim.
Preciso conhecer-me e surgir para zunir.
Preciso resplandecer e crescer para o meu próprio aprendiz.
Confesso que não confesso.
Minhas palavras saem quase sem querer e lembro que tudo é o que o meu pensamento quer deter.
A queda que me persegue cai antes de mim e meus suspiros caminham numa abstrata paixão.
Proíbo-me de vê o que desejo, pela nação que vive a não permitir a fazer o que quero.
Vivo tentando pensar que é obrigação viver nesta desambiguação.
Canto sempre para esquecer e envolver a minh'alma sobre o meu eu.