1º de Dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS

Durante muitos anos convivendo com crianças soropositas assisti a muitas mortes. Tempo em que não existiam os famosos coquetéis.
Embora esse final fosse esperado, pois se encontravam em estado terminal o falecimento dessas crianças sempre foi motivo de grande tristeza.
Hoje a sobrevida é maior e aquela aparência esquálida não mais se apresenta.
Essas perdas, cujos rostinhos ainda fazem parte da minha memória afetiva, além do sofrimento empático deixaram ganhos na minha maneira de encarar a vida.
Agradeço a oportunidade de ter aprendido grandes lições desses seres tão especiais.
No Dia Mundial de Combate a AIDs, minha solidariedade aos portadores de HIV e minha gratidão à amiga Elizabeth Martins que iniciou o trabalho voluntário junto às crianças soropositivas do Hospital Infantil do Fundão e me levou a conhecer e me engajar em um mundo completamente diferente daquele em que vivia.
Dante, Cecília, Amanda, Valéria, Paulinho e tantas crianças que se foram.
Dezenove anos tentando amenizar o sofrimento e ajudar na melhoria de condição de vida dessas crianças.
Resistimos bravamente a nos tornarmos uma “ONG”, nosso trabalho de formiguinha sempre deu certo e partidárias do velho ditado: “Em time que está ganhando não se mexe”, há dezenove anos estamos juntos.
Minha saudade ao amigo “Paulo Palavrão” grande colaborador do nosso trabalho, que após a sua partida nossas festas perderam o brilho emanado da sua alegria.
Minha saudade, também, da amiga Marilucia e do amigo André Filho que partiram vitimados por esse vírus agravado ao vírus da ignorância e discriminação em uma época que o paciente soropositivo era visto como um indivíduo perigoso à sociedade.
Nesse dia agradeço especialmente ao jovem Rosemberg Neto um dos nossos colaboradores no serviço pesado, transportando para o caminhão os presentes das crianças, carregador dos sacos do Papai Noel, garçom das crianças e pau para toda obra nas nossas festas.
Hoje, nosso jovem encontra-se internado em estado grave, vítima de uma meningite.
Daqui enviamos de volta toda energia positiva e alegria que durante anos ele transmitiu as nossas crianças.
Volta logo, Rosemberg, o mundo precisa muito de você.
 
“O trabalho voluntário não torna felizes apenas aqueles que o recebem; ele é uma grande fonte de satisfação e crescimento também para aqueles que o oferecem.”