Vida com V maiúsculo
Uma madrugada pode ser o estopim de uma reflexão egoísta. Digo isso sabendo - por experiência própria - das armadilhas do silêncio, dessa força que nos conduz inertes ao filosófico momento do dia. Único e exclusivo. Cá com meus botões insisto em pensar sobre minha vida, meus sonhos, minhas decepções. Isso não é nada confortável. Nunca é simples questionar-se sobre seus ideais, quem somos ou o caminho que será trilhado. A insônia nos insita a arriscar.
É tão fácil viver dia após dia sem muito a exigir ou a oferecer. Há mais gente vivendo assim do que se imagina. Embora, aqui, seja impossível viver sem um sentido ou aquele algo mais. Onde estão os dias de aventura? Onde estão os sorrisos espontâneos? Ah, acho que ando lendo Clarice compulsivamente.
Só por hoje, vou andar de bicicleta pelo prazer do vento no rosto, vou assistir um filme que não seja 'Cult' e rir das coincidências da realidade com a tela. Vou passar pelo vizinho e desejar bom dia, sorrir para o cachorro que me acordou cedo no sábado. Vai também, vai! Sentir, cheirar, tocar, saborear, e tantos mais verbos que a vida te oferecer.
Por hoje, vou esquecer de mim e você, se puder, não me esqueça!