Doce novembro.

É essa forma geometricamente estranha.

Uma gravidade que me prende numa superfície, ora segura ora incerta.

(...)

Agora ele está vazio ou cheio?

Longe e decepcionado, talvez ele esperasse um pássaro do norte fazer ninho na árvore seca do seu quintal.

Porém, outra estação começou e ele nem notou.

Ela chegou com as flores, o sol, o calor... Ela não trouxe o pássaro do norte, mas trouxe borboletas no estômago.

Ela trouxe a “presença”. Simples e segura. Tão clara quanto as tardes ensolaradas que ele passa sob um céu de brigadeiro.

Aquele olhar verde como os campos. Campos os quais ele poderia aproveitar para fazer um piquenique. Sentar sobre uma toalha xadrez com frutas e guloseimas. Sob a sombra de uma árvore grande e forte. Forte como o coração Dela.

Aaah, o coração Dela!

Coração que já sofreu com as tempestades. Que já passou fome de carinho e solidão. Coração este, que sofreu o abandono. Várias e várias vezes. Mas que por tantas vezes continuou batendo, que não desistiu e que acelerou milhares de vezes ao encontrar o olhar castanho e inocentemente sacana.

Sim, este coração está nesta estação.

Esqueça o pássaro, ele não encontrou a árvore do seu quintal.

Brinque com as flores e as borboletas no jardim. Agora.

Taie
Enviado por Taie em 14/11/2012
Código do texto: T3985822
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