DE MIM PARA COMIGO MESMA (se não existe essa expressão, 'peço' licença poética)
'E eu me vi em trincheiras de guerra, porém havia acabado todas as minhas munições. Foi quando percebi que, mesmo desarmada, ainda havia uma saída. Não pensei duas vezes e coloquei o meu peito à prova. Olhei para os barrancos à minha volta, escolhi o mais alto e atirei-me naquele abismo. Rolei por entre as pedras sinuosas, escorreguei por terras, engoli toda aquela poeira, me arranhei, me quebrei, me rasguei, me dilacerei, mas sobrevivi! Estou ferida, sangrando, dolorida...porém, de pé. Ainda que, mancando, estou de pé. Procuro, agora, um lugar ao sol, para que eu possa me alimentar de tal calor. Quem sabe no caminho, encontro um filete, que seja, de água para lavar-me o rosto, para saciar-me a tamanha cede, limpar-me os olhos que, outrora, não conseguiam ver a imensidão do azul do céu. Afinal, eu não morri. Muito pelo contrário, viva, estou buscando a cura, e eu não vou deixar por menos. Coragem, já provei para mim mesma que tenho, agora quero testar os meus medos. Jogar-me de penhascos eu já sei, agora quero saber se sei andar'