Saco Vazio

Saco vazio

É triste o que estou constatando a cada dia que passa. A cada tentativa de mudar um pouco a realidade deparo-me com situações cada vez mais preocupante, cada detalhe com seu problema específico e todos voltado à educação ou a falta da mesma. Fico até cabisbaixo muitas vezes por se ver na “obrigação” de tentar orientar o aluno que educar-se vai ser bom para ele mesmo. O resultado é frustrante! Acabam é fazendo mais bagunça, falando mais alto e com mais frequência, pensando eles que estão a me atrapalhar.

Infelizmente a ignorância pode chegar a este extremo, pensar pouco ou não pensar de jeito nenhum pode fazer o ser humano a ser mais ignorante do que um analfabeto de conhecimentos formais, estes por sua vez, quando aprendem fazer o nome, choram de felicidade, pois começam a pegar um coletivo sem perguntar a ninguém se está pegando o ônibus correto.

É um sentimento verdadeiro, o conhecimento começa a digerir a ignorância do pequeno conhecedor, a vontade geralmente fará com que este ser evolua numa rapidez sem igual. Em contrapartida, pessoas que estudam em faculdades públicas e privadas, cursos profissionalizantes gratuitos ou pagos, não são tão diferentes. Ignoram o fato, conhecer é um saco, mas não sabem estes “heróis”, como fala o comentarista do “BBB”, que saco mesmo serão eles amanhã. Sacos vazios.

Não sou do tipo que desiste do aluno, do meu jeito, não sei se é o melhor, mas é a forma que encontrei para chamar a atenção deles. Orientar, mudar, trazer novas realidades, desajustar o convencional em diferente e envolvente. Se focar os esforços no “nível” superior me decepciono em alguns momentos, porém, em outros, fico realizado com a abundância de conhecimento que acumulo a cada encontro, mesmo defrontando-me com a falta de respeito para com os docentes.

Nível superior encaminha o aluno à pesquisa, transformando conhecimentos estabelecidos em novas realidades adaptadas às diversas práticas existentes. Como pesquisar, se o aluno espera apenas um diploma? E digo mais. Alguns, por exemplo, “acreditam” saber o bastante, saber muito, por ter uma pequena experiência informal prática no mercado de trabalho. Criaturas, orientem-se, ter contato com novos conhecimentos é a solução para muitos propósitos seus e dos seus chefes-líderes-gerentes e etc.

De onde vem tanta falta de interesse? É engraçado perceber que todos querem crescer, mas pouco fazem para tanto. Muito esforço fazem para chegar a lugar nenhum e pouco movem-se para mudar a própria realidade. Acredito que está havendo uma inversão de valor, acredito que estes “pobres” e tristes alunos, em parte, não tem culpa. Como ser alguém muito interessado se meu pais nunca foram? Como ser um leitor se, em minha casa ou na casa de meus pais nunca tivemos livros?

As indagações feitas antes são interessantes, sobretudo, não se pode carregar uma cegueira até a morte da carne. Que cegueira é esta? Imaginem comigo – tudo está em minha frente: estrutura, professores, internet, experiências, oportunidades, ameaças, melhoramento dos pontos fracos individuais, questionamento das metas até chegar à evolução do ser aluno.

Evolução!

Que palavra linda, pouco utilizada na prática por alguns, muito falada por outros tantos que apenas fingem que aprendem e outros tantos fingem que ensinam. Quebrar paradigmas é um jargão até antigo, mas muito relevante para carcaças de pessoas sem conteúdo, sem o mínimo de interesse, sem a menor noção de que o futuro destes está em jogo.

Enfim, este texto saiu agora nesta manhã de quinta feira depois de ter passado a noite pensando na calamidade que é um país com dados significativos de pessoas fazendo uma faculdade, por outro lado, estes mesmos dados escondem uma triste realidade – qual será a contribuição destas pessoas para o “Brasil – mundo” sem entenderem a real missão de um bacharel em alguma coisa, sem perceber que a pesquisa é a solução para problemas tecnológicos claros e evidentes em qualquer área de estudo.

Quebrar paradigmas é mudar o STATUS QUO (situação atual das coisas), é visualizar que, se falarmos de marketing, há pouco visualizado na revista HBR – Harvard Business Review Brasil "supervendedores não são mais aqueles que solucionam os problemas dos clientes." Estes, por sua vez, já aprenderam a solucionar seus problemas. Ai fica a pergunta – o que podemos fazer agora? Enxergar uma necessidade que o cliente não conseguiu observar ainda (insights) e mostrar para os mesmos que esta nova realidade os ajudará a crescer ou se manterem.

Alunos meus, seus, de todo o país não joguem fora oportunidades únicas. Não simplifiquem a nada o que pode ser a saída para o desenvolvimento pessoal-profissional e do país. Não destrua o semear que acabou de plantar, não deixe as pragas atacarem sua lavoura, muitas vão surgir, embora exista um despreparo por parte de você, entregar-se as dificuldades é sinal de fraqueza, de pobreza, de inutilidade mental.

Concluo minha fala com uma alegria. Acredito nas pessoas, acredito em seus sonhos, poucos ou muitos, todos alcançáveis, poucos esforços são auferidos para consegui-los, contudo, ficam a reclamar, achar que o erro está no outro, na instituição que estuda, nas burocracias da vida, no descaso dos governos, mas espere um pouco - o que você está fazendo para, pelo menos melhorar você? Se sua resposta for nada, sinto em dizer que vai continuar mendigando suas bagunças e sua mísera sobrevivência no mercado de trabalho. Por outro lado, se sua resposta for sim, estou buscando melhoria a cada dia, alegro-me demais em saber que o amanhã para você poderá ser promissor, digamos até menos sofrido com melhor qualidade de vida. Boa quinta feira para todos.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 25/10/2012
Código do texto: T3951287
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