É..
Hoje me peguei lembrando de algo que minha irmã me disse há uns quatro anos atrás. Estávamos indo para algum lugar e eu não parava de pular e cantar. Ela estava séria, como havia ficado nos dias anteriores e virou-se e disse:
- Como você consegue ser feliz o tempo todo?
Naquela hora, foi fácil responder a sua pergunta. Estava certa de que minha vida era ótima, tinha as melhores pessoas ao meu redor, não havia problemas, tirava boas notas. Sem hesitar eu disse:
- Não tenho motivos para tristeza.
Ela deu uma risadinha que sugeriu um presságio que ela havia acabado de ter, mas eu não liguei. Sai andando.
Pois bem... 1461 dias se passaram, e hoje percebo que a felicidade que eu tinha se chamava inocência. Não era felicidade, em si. A felicidade é muito mais simples do que isso.. Ela apenas preenche um buraco quando a tristeza pede licença. A felicidade é uma farsa, uma coadjuvante, um dublê. Não dá para contar com ela o tempo todo, ela tem medo de pressão, ela não gosta que dependemos dela. Ela foge quando o problema fica sério. Ela nos deixa na mão.
Por isso não é certo dar tanto ibop para ela. Ela não merece. Quem deveria ser exaltada e vangloriada... É a tristeza. Pois ela sim, está ao nosso lado o tempo todo.