Namaste! (ou o medo do Grande Salto)
Namasteh! (Ou o medo do Grande Salto.)
Gosto muito do ideograma sânscrito "Namasteh", que mais ou menos quer dizer "O Ser Divino que habita em mim reverencia o mesmo Ser Divino existente em você."
Ok... O que acontece todavia, no mais das vezes, é que falamos, escrevemos, mas não atentamos quase nada para o significado daquilo que estamos proferindo. Basta analisar o próprio termo "Namasteh" para perceber a clareza da afirmação: Deus está em nós. Apesar disso, de perceber o que está implícito nele, a maioria de nós, que faz uso com alguma regularidade desse e de outros termos com significado análogo, vive a gritar pedindo ajuda a uma divindade "Fora" de nós, abrindo mão alegremente da única e verdadeira Divindade existente, desde sempre, "Dentro" de nós mesmos.
Desde que assimilei algum conhecimento voltado para as questões existenciais, (do tipo: "O que sou?" "De onde vim?" "Para onde vou?"...) que passei a mergulhar dentro de mim mesmo em busca de respostas, que não mais partilho da ideia de uma criação separada: para mim tornou-se mais do que evidente que nós e Deus somos a mesma coisa, criados ao mesmo tempo - não há separação, como se fôssemos objetos para deleite de Deus. Quando pensamos assim é uma projeção de nossas fragilidades, como se lançássemos um holograma do que pensamos como Poder... e ao projetarmos um pensamento dessa ordem vai se cristalizando em nós essa ideia de um Deus que nos conduz como um pastor ao seu rebanho, nos eximindo de toda e qualquer responsabilidade por nosso transitar na Vida.
É uma ideia confortadora, mas que não resiste à análise mais simplória que porventura venhamos a fazer.
Namasteh!
Terras de são Paulo, manhã de Segunda-Feira, Pós Lua Cheia de Setembro de 2012,
João Bosco