Esquina Maldita
Eu era um farol de milha
Agora sou vela na ventania
Aonde foi que virei nessa esquina maldita
Que faz sentir-me um outro alguém
Que corre de joelhos implorando o perdão
Sem ao menos saber quem é o seu senhor
Digno de pena talvez
Ou em busca do seu lugar
A verdade é que nem todo o sorriso
Significa felicidade
As vezes um pouco de maldade
Nos leva a viver
É triste pensar assim
Pois torna o caminho mais complicado
É difícil partilhar a dor
Quando não se tem um machucado
As feridas se abrem como um portal
Até gosto da dor
Lembram-me que ainda existe vida
Juro que tento não desistir
Mas dai lembro que não tenho pra onde fugir
E que as correntes são pesadas e eternas
Podia jurar que o outono já passou
Morrer no inverno seria luxo
Pois nem todas as palavras
Podem participar
De uma conversa amiga