A BANALIZAÇÃO DA MALDADE
Quando qualquer coisa numa sociedade de qualquer cultura é banalizada ela perde seu aspecto sério e agravante e passa ser apenas um acontecimento normal e corriqueiro no cotidiano dessa sociedade. Em se tratando da violência, em qualquer gráu, isso se torna, sem sombras de dúvidas, muito preocupante. Acho que um dos fatores que ajudam a banalizar a violência é quando ela é instrumentalizada e utilizada na política de guerra fria maciça entre ideologias ou culturas diferentes. O pior é que em muitas das vezes essa guerra é deflagrada pela simples opinião da sociedade civil e da mídia, independentemente dos governos. Essa semana nos EUA, infelizmente, uma pessoa entrou num cinema e fuzilou vários inocentes. Os noticiários disseram se tratar de um individuo louco, coisa que eu também acredito. Alguns disseram que o tal atirador estava sendo assombrado por personagens do filme do Batman, outros afirmaram que ele estava possuído pelo demônio. Numa coisa todos concordaram e eu também concordo, foi uma ação individual de um alucinado. A diferença e o problema esta no seguinte fato, quando o mesmo estado de loucura paira sobre um individuo de um pais de cultura religiosa muçulmana a posição muda, e já não é mais o individuo e sim um membro fanático de uma determinada seita ou religião a promover o terrorismo. Isso também se dá na questão ideológica, Se um louco desse tipo o qual falamos atuar dessa forma brutal num país dito comunista o fato triste e trágico é usado como instrumento político a afirmar que se trata de um terrorismo de Estado contra o povo. Não estou aqui querendo afirmar que não exista realmente em algumas situações tanto terrorismos de Estado como grupos isolados cheio de fanáticos que usam de práticas terroristas em suas disputas pelo poder. Todos nós sabemos disso. O que eu estou dizendo é que não se deve instrumentalizar a maldade humana ,violência de um individuo, seja ele de qualquer lado, numa prática de política de guerra fria mesmo se sabendo que tal ato absurdo foi de num individuo maluco e não de um grupo religioso ou ideológico. Eu acredito que essa guerra fria e publicitária constante, ao longo do tempo, levará sim à banalização dessa coisa monstruosa da violência contra inocentes, e corremos o sério perigo de nos acostumarmos com isso e até, quem sabe, no futuro, essa atrocidade venha a ser entendida como prática normal e acabe se transformando em cultura do mundo contemporâneo