Bicho do Mato

Sou bicho do mato, reconheço. Mas sou também persistente, otimista, protetora.
Tento tudo ao extremo. Nem que leve muito tempo. Um ano, dois, dez, trinta. Espero, observo, perdôo.
Dedicação, perseverança, paciência, resignação, concessão. Mesmo que doa, mesmo que corte ou magoe.
Uma hora, fico cansada.
Daí, feito bicho que levou pedrada por mais de uma vez, arreganho os dentes, mostro as unhas e parto para a briga. Sem volta. Sem negociação.
Decisão tomada é fato sem discussão.
Quem me conhece ou ainda não, imagino que imagina.
Sofro?
A partir da partida não mais, antes é outra história. Até decidir, é sal na ferida todos os dias, de sol a sol. Para ver se tem jeito, conserto, remendo, perdão.
Depois, fronte erguida, peito aberto e espada na mão. Da guerra não saio mais.


 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 27/06/2012
Reeditado em 27/06/2012
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