MINHA ULTIMA POSSIBILIDADE DE ESCOLHA!

Hoje não quero risos, pois cansei das máscaras sorridentes de todos aqueles que me cercam. Também não quero poemas de amor, pois esse amor de palavras é - de fato - uma mentira inventada e ardil, dosada em conta gotas para amortecer uma sentimentalidade efêmera. Hoje não quero céus estrelados, nem lua prateada... muito pelo contrário; quero tempestades frias e o céu todo encoberto, para poder brindar - mesmo que utopicamente - a morte de todas as estrelas e o fim dos céus. Hoje não quero bebidas doces mas, necessariamente, preciso dos venenos destilados que entorpecem o corpo e a alma. Quero ainda que as ondas congelem e que o mar seque, para não ter que sentir que o gosto da lágrima tem o mesmo gosto do mar. Hoje não quero palavras, quero apenas e tão somente o meu silêncio - e fazer dele o melhor momento de reflexão. Hoje não quero saber o que sou e nem tampouco o que fui... quero me perder entre o amanhã e o infinito, entre o breu e o brilho... no labirinto da vida. Hoje não quero conselhos, não quero ler as bulas e nem tampouco ingerir remédios inúteis para curar o meu ceticismo. Hoje, definitivamente, não quero você, não quero vocês - e não quero ninguém. Hoje quero simplesmente: me querer... quero a mim mesmo, como a minha última possibilidade de escolha!