Estou em Casa
Palavras... palavras. Perdem o sentido diante de fatos e atos.
O tempo é sempre instrutor, com suas nuances e cobranças de efêmeras a mortais, derruba as máscaras bem elaborados e mostra a verdade disfarçada de doce cântico.
Para outros no entanto, é apenas tutor. Fortalece vínculos e sentimentos que rompem a carne e fazem música na alma.
Vi as duas facetas do tempo. Na primeira, amarguei dissabores e sonhos transformados em cacos, largados ao chão feito papel velho e amarelo.
Na segunda, olho sóis se pondo e promessas de lua cheia em sorrisos há muito contidos.
Sigo meu caminho, trilho certo que passou lá em frente de uma velha casa. Ao meu lado, um peito ferido, respirando ansioso o perfume de novos ares.
Se o que sou, dormente e despertada em bosques oníricos de uma infância sempre vivida for suficiente, serei a mais feliz das mulheres e aquele que acalenta o sorriso enigmático recém-revelado, o receptor e guardião do brilho nos olhos de cada dia.
Responsabilidade, foco, respeito, admiração, cumplicidade. Eis o nome dos tesouros ofertados. Eis ingredientes básicos do que, por falta de termo melhor, é chamado de amor.
Somos dignos, o resto, é apenas teatro da vida. Dramas e tragédias que já não pertecem ao mundo dos musgos e dos vinhos da verdade.
Finalmente alguém "lá em cima" colocou a placa mágica: "Não é por aqui".
O caminho era outro.
Cheguei.