HUMANIDADE... PIOR OU MELHOR??

Lê-se e se escuta, não raramente, por vezes em discursos inflamados, decepcionados, revoltados, que a humanidade está cada vez pior. Que a maldade humana nunca atingiu um grau tão grande. Ainda mais quando um episódio horrendo como esse de massacre de indefesos, como na Rússia, como na Noruega, como em Realengo ocorrem. Com a agravante que, no caso, envolveram-se crianças brutalmente assassinadas em nome de uma coisa confusamente chamada de “purificação da humanidade”...

Realmente, a mente humana, intelectiva que é, “cresce” para todos os lados. E os homens, com o passar do tempo, aprimoraram a arte de como causar dor (desnecessária) nas pessoas que pensam o contrário deles. Técnicas de torturas foram sendo aprimoradas; armamentos foram “melhorados”; a corrupção cresceu em todos os níveis de profissões, o que ocasiona a péssima distribuição de riquezas e consequentemente a fome e as doenças; trabalho escravo e infantil; o advento das drogas, cada vez mais potentes, as quais já vieram a reboque de uns falaciosos “aproveite a vida” e “liberdade sexual”; sequestros, racismo, guerras de extermínio... Até o ponto de chegarmos ao terrorismo que não mede conseqüências para atingir seus objetivos. Diante de tudo isso, é natural que se chegue à conclusão de que estamos indo de mal a pior...

ENTRETANTO, a humanidade, outra parte dela (que, embora menor que a aquela, não é tão pequena assim, e vem crescendo), felizmente, também pende para o outro lado... E se desviarmos nossos olhares do “glamour” que a mídia em geral dá à violência e à miséria (em busca de audiência, para vaidade e arrecadação com patrocinadores), e nos voltarmos para aqueles que re-equilibram as coisas: As ONG’s de pessoas sérias e comprometidas com o bem-estar dos outros e do planeta; Os ativistas políticos, sérios, raros, que batalham, via voto por leis mais justas; As pastorais e comunidades eclesiais que procuram educar as gentes e politizá-las; o avanço bom da Ciência com seus “novos” conceitos de como cuidar melhor da nossa saúde, e para os indisciplinados (quase todo mundo) medicamentos mais eficazes e, à vezes, até conseguindo erradicar doenças; e também com a criação, e o aprimoramento, das leis e suas sanções, os tribunais que se apóiam no direito de defesa; os tratados entre países através da ONU, isso tudo é prova de que melhoramos, sim, apesar de não aparentar. Só que não aparenta porque insistem em nos mostrar sujeira e desordem. Porém, felizmente, há os “teimosos”, os “subversivos”, os que ousam falar de espiritualidade e, mais que falar, agem, fazem alguma coisa, qualquer coisa que contribua para a continuidade evolutiva desse nosso tão sofrido planeta....

Cabe, aqui, principalmente, um agradecimento aos grandes heróis anônimos, aos renunciadores da vida fácil ou vida comum, aos voluntários que visitam hospitais, presídios, praças e ruas acolhendo mendigos, os que se dedicam às crianças e idosos, aos verdadeiros educadores, que sabem que aprender algo é se sentir ligado a esse algo... E isso tudo sem esperar agradecimento. A esses, ainda que eles não esperem por isso, é obrigação nossa, dos beneficiados, agradecer sua coragem de suportar os terríveis arranhões, inevitáveis desse Caminho Estreitíssimo.