Pensée 4
Da política
• A política consiste em um conjunto de normas flexíveis que visam estabelecer o equilíbrio entre grupos conflitantes do meio social, sem o emprego da força.
• O político é aquele que procura seguir um conjunto de normas flexíveis, empregando-as sabiamente através da persuasão, evitando o engodo, a hipocrisia, e a corrupção.
• É possível governar um Estado politicamente com honestidade, evitando a concessão de benesses para um determinado grupo ou grupos; daí, a política ser considerada uma arte.
• Os bons políticos, através dos tempos, têm sido vítimas das injunções partidárias resultantes do mal uso de normas políticas sãs. Como conseqüência disto, surge a desorganização social, a má distribuição das riquezas, as doenças, a fome, culminando com guerras civis.
• As nações poderosas, através dos tempos, têm usado menos a política do que a força para a consecução de seus objetivos. Em conseqüência, aparecem as reações naturais dos oprimidos, sobre os quais incidem ainda maiores forças, fomentando a injustiça social e a degradação do homem.
• A guerra entre as nações é conseqüência da disputa de interesses vinculados a um mesmo objetivo, dissimulando-se em eufemismos, tais como: cooperação, aliança, ajuda, segurança nacional, paz, e toda enfiada de sinônimos empregados por serviços especiais.
• Uma nação fraca e potencialmente rica deve estar sempre vigilante em relação às nações poderosas, procurando evitar alianças obscuras que têm por objetivo a segurança, pois na maior parte das vezes o verdadeiro fim está dissimulado.
• A cupidez de certos dirigentes de nações fracas permite que o poderio econômico de um país rico instalado em diversas partes do mundo se faça sentir nas decisões políticas daquelas nações.
• O poderio econômico de uma nação rica, instalado em diversas partes do mundo não respeita a nacionalidade das nações fracas, que oprime de um modo ostensivo. Seu “modus faciendi” provoca a ruptura desses Estados, às vezes num ritmo quase periódico.
• O patriotismo pregado pela classe dominante de uma nação fraca sobre seus compatriotas, é, muitas vezes, falso e sem fundamento moral, pois ela pode estar comprometida com o poder econômico das nações ricas, corruptoras dos verdadeiros valores morais e patrióticos. Em vista disto, uma nação fraca é menos nação do que uma bolsa de valores.
• Em uma nação fraca, os melhores homens estão destinados à obscuridade, não por falta de talento, mas pela mediocridade da classe dirigente que vê neles um mal e uma ameaça aos seus privilégios e cambalachos.
• A classe dirigente de uma nação fraca tem sempre um expediente para explicar sua real incompetência para orientar a coisa pública. Neste sentido, ela procura corrigir suas deficiências intelectuais e morais com artifícios que lhe dão uma aparente habilidade ante o povo, ao qual usa como instrumento para a consecução de seus objetivos obscuros.
• A mediocridade está em quase tudo em uma nação fraca. Seus cientistas são auxiliares de outros estrangeiros, sua tecnologia é comprada ou copiada, suas leis e seus magistrados estão sujeitos aos caprichos do governo, e a casa legislativa é um balcão de negócios. Com tudo isto se instala uma pseudodemocracia ou uma canalhocracia.
• A grande massa do povo de uma nação fraca sofre de certa acefalia quase crônica que o torna indiferente aos verdadeiros valores da humanidade. A classe dirigente se aproveita disso, inculcando-lhe na mente outra escala de valores, onde a excelsa habilidade de certos indivíduos é tida como genialidade. O que é vulgar é visto com seriedade, e a mediocridade se instala na sociedade e no governo.
• O vernáculo de uma nação fraca sofre também a ingerência do poder econômico de uma nação rica, pois é através dos meios de comunicação – a mídia – que esta se impõe e corrompe as formas castiças da linguagem, a cultura e, em particular, o folclore.
• A política de uma nação fraca não tem por base as normas flexíveis sadias derivadas do bom senso. Antes de tudo, é formada por fragmentos casuísticos de interesse da classe dominante que visa somente o bem estar da elite a qual pertence, sem atentar para os direitos dos seus concidadãos.
• A grande massa do povo de uma nação fraca prefere para seus dirigentes homens carismáticos que impressionam por sua verborragia e pela mímica que a acompanha, daí a tendência do vulgo em qualificá-los de inteligentes. Isso os torna ainda mais simpáticos, o que lhes permite fácil acesso às almas cândidas dos incautos, corrompendo-as, ou, em conluio com os já corrompidos, desencadeiam o processo de decadência econômica, social, cultural, e política do Estado.
• A sociedade dos abastados geralmente dá guarida aos dirigentes carismáticos, visando interesses inconfessáveis. Para isso, ela dispõe de um intermediário nos meios de comunicação que lhe serve para cultivar a vaidade do “estadista”, para depois usá-lo a seu favor.
• O intermediário dos meios de comunicação, geralmente, é um dândi que, através da adulação, se estabelece no meio social dos abastados, cultivando-lhes a vaidade, a troco de benesses.
• Algum dia a real expressão cívica de uma nação sob a égide do governo de Cristo se transmitirá para todo o mundo, congregando todas as nações em um só povo, acabando de vez com o nacionalismo caolho, e os tiranos.
Vem Senhor Jesus!