Pensée 2
Do amor
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará...
I Coríntios 13
*A verdadeira felicidade tem por fundamento o amor; por isso, é muito difícil adquirir-se um estado de felicidade qualquer, pois muitas vezes o homem prefere render-se às paixões que tem por fundamento o ódio, devido a estados mórbidos adquiridos por vício, que aparentemente causam prazer. Este estado permanece, sendo, portanto, difícil romper a barreira que separa essas paixões do verdadeiro amor.
• O amor surge dos estados subjacentes de Deus. Por isso, ele pode prescindir do prazer associado aos sentidos do corpo, quando sua intensidade é tal que seu estado é de beatitude, e, portanto, se compraz com a imagem do ser amado, relegando a um plano secundário o contato físico.
• O amor associado a atração física e mental conduz o homem a um dos estados mais prazerosos que pode experimentar no convívio com a natureza.
• O amor romântico que o ser humano tem na primeira fase da adolescência pode torná-lo insensível a toda nova solicitação amorosa pelo resto da vida, conforme a intensidade daquele primeiro afeto.
• É preciso se ter cuidado com o amor romântico na primeira fase da adolescência, pois os estímulos que ele desperta são os mais prazerosos da existência humana, podendo esgotá-la sem haver mais recuperação. Neste sentido, a ascensão do amor na pré-formação da personalidade deve ser gradativa, experimentando-se em cada nova fase uma tendência para o crescimento, podendo-se assim chegar a um estado de felicidade quase permanente.
• Quando o amor romântico atinge o ser humano na primeira fase da adolescência de um modo percuciente, desperta estímulos que esgotam sua capacidade de amar pelo resto da vida, e determina efeitos que podem afetar o metabolismo do corpo.
• O amor é necessário para todo ser humano, pois é em torno dele que gravitam todas as suas motivações, não tendo sentido qualquer empreendimento que não vise esse bem maior.
• O amor romântico pode despertar forças subjacentes incontroláveis; não se lhe conhecem obstáculos; as barreiras impostas pela sociedade podem ser rompidas sem dificuldades. O seu poder é tal, que nenhum artifício engendrado por outrem pode impedir os seus objetivos.
• A natureza do amor integral jamais será compreendida. Ela não pode ser explicada por processos físico-químicos que ocorrem devido a aproximação de dois indivíduos. Porque são os estados subjacentes que tudo determinam, e que estão na origem do amor.
• O amor tem sua origem nos estados subjacentes de Deus, e é eterno.
• O amor não termina em um indivíduo. Este apenas esgota, em parte, sua capacidade de amar.