Pensée 1

Pensamentos

Não fabricamos pensamentos; eles emergem espontaneamente de nossa mente como algo que não sentimos e nem esperamos que aconteçam; portanto podem ter origem divina ou maligna. Felizmente, ao longo e minha vida fui coletando pensamentos esparsos que depois lhes dei certa ordem. Acredito que tenham influência divina, embora não me considere uma pessoa especial para esse mister.

Das coisas gerais e de Deus

* Existem homens mais inteligentes que outros: A diferença está em algum lugar do cérebro, que faz o homem pensar rapidamente, inventar máquinas, criar teorias científicas, sistemas filosóficos, e a inspiração da arte; no mais, os homens são iguais.

• Existem homens inteligentes que às vezes são sábios; outros podem ser néscios.

• O homem sábio não é necessariamente um homem culto.

• O homem ignorante pode ser sábio.

• O homem culto pode ser vítima da astúcia de um ignorante; o sábio, nunca.

• O homem inteligente pode ser bom ou mau; o sábio sempre usará o bom senso.

• O medíocre está em toda parte: nas ruas, nas casas modestas, nas mansões, no castelo do aristocrata, nas universidades, no governo, etc. Só o sábio não é medíocre.

• As emoções coletivas são uma resposta aos meios de comunicação que condicionam o povo a reagir segundo os planos pré-estabelecidos pelos governantes e poderosos.

• O excesso de conhecimento oblitera a imaginação, impedindo que a criatividade se manifeste de sua forma latente.

• Tudo que vemos é aparente. A realidade é uma miragem e somente as formas subjacentes são reais e eternas.

• A natureza é apenas uma das manifestações de Deus.

• O belo e o feio são relativos e ambos são de natureza subjetiva. Entretanto, são modos necessários de Deus, diferentes do caráter que lhes empregamos.

• As partículas elementares da matéria são os primeiros vestígios de Deus. As vidas-média dessas partículas, muito curtas, dão-nos uma idéia de que a passagem de um estado para outro da matéria apresenta alguma singularidade intrínseca através de alguma região, formando um canal de comunicação para as manifestações exteriores de Deus.

• As partículas elementares fazem parte dos atributos de Deus que emanam através dos canais Seus de comunicação, a fim de manifestar-se em estados de espaço, tempo, e matéria

• Considere que em todo o Universo só existem os seres humanos que moram neste fragmento de matéria que chamamos Terra. Considere que cada habitante deste planeta morresse um após o outro sem cessar até chegar ao último, o qual ainda teria a oportunidade de usar dos seus sentidos para ver as estrelas, a Lua, as águas do mar e dos rios, as montanhas, as obras de arte, o sabor dos alimentos, a dureza do diamante, o som de um piano e o odor fétido da matéria putrefeita de todos os seres vivos já extintos; e visto tudo o mais, também se extinguisse. Então, para quem e para que existiria o Universo? Para Deus, o qual jaz subjacente a todas as coisas, donde se conclui que o Universo tem caráter objetivo. Esta conclusão se afirma tanto mais, quando pensamos que a extinção da vida não exclui o organismo material, que volta a se constituir em elementos da matéria que forma o Universo. Por outro lado, a parte da vida que é invisível volta a Deus, para o qual a matéria que observamos é uma das manifestações de Seus infinitos atributos. Entretanto, Deus possui uma individualidade que se comunica com o ser humano.

• O universo todo é uma manifestação de Deus com seus infinitos atributos.

• Carece de sentido qualquer teoria que atribui limite ao Universo como um todo. Isto implicaria contradições irreversíveis e discussões estéreis. O que se pode limitar são partes do Universo, inferindo-lhes formas, infinitas em número, as quais somente assim atendem aos atributos de Deus.

• O ser que pensa é a manifestação mais característica que conhecemos de Deus; poderão existir outras, inumeráveis e ainda mais transcendentes, que ainda não percebemos.

• O conhecimento é um dos atributos de Deus; mas nossos humores aparecem como distorções geradas no momento da nossa concepção.

• A vida é uma manifestação de Deus que tem como veículo a matéria, organizada de modo especial.

• A organização da matéria que deu origem à vida consiste numa singular individualização de Deus.

• A procura da verdade, do amor, e da justiça justifica a existência de Deus, pois se assim não o fosse, nada teria sentido na vida do homem.

• Não se deve pensar na morte sob qualquer pretexto, pois ela não existe quando sentimos Deus.

• Não tem sentido se pensar na morte, pois a vida vem de Deus que o desvanecimento novamente conduz a Ele, e se recompõe outra vez pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

• Para o homem que pensa na morte nada tem significado, e ele mesmo pergunta a si mesmo por que nasceu.

• O homem que pensa na morte é amargo e sem fé. Às vezes ele continua a viver por um motivo que ele próprio desconhece.

• Desde o início de sua existência o homem tem perguntado a si mesmo: o que sou eu, de onde venho e para onde vou? Isto é a causa de todo o conhecimento.

• Morrer é tão necessário quanto nascer.

• O Amor e Deus são uma e a mesma coisa.

• O ódio e tudo que dele decorre são distorções dos atributos de Deus.

• As distorções dos atributos de Deus aparecem como ciclos na evolução da sociedade humana, gerando as guerras, o subdesenvolvimento, as doenças e os conflitos sociais.

• Os homens consomem suas vidas construindo durante séculos suas casas, suas máquinas poderosas e tudo o mais que traz conforto. Em uma guerra tudo pode ser destruído, o que após começa a ser reconstruído, sem cessar, até vir a plenitude de novos dias, podendo aparecer novamente as distorções dos atributos de Deus; e incansáveis eles recomeçam tudo outra vez, sem compreender que o ciclo pode se repetir até a consumação dos séculos.

• O homem parece ser coerente; entretanto, no que se refere ao todo é, às vezes, insensato.

• O homem precisa criar fantasias que o liberte da realidade em que vive cotidianamente. Em assim fazendo ele pode desviar seu pensamento da morte e fazê-lo a se conduzir a outro estado mental que lhe parece real, pois neste todo seu ser toma parte, tanto quanto pode sua imaginação.

• As fantasias criadas pela imaginação do homem não podem ter caráter permanente, pois elas o conduziriam a uma nova realidade tão cruel, como lhe pode parecer, quanto aquela na qual ele costuma viver.

• O segredo da felicidade tão procurada pelo homem consiste em saber viver no contraste entre a realidade e as fantasias criadas por sua imaginação.

• As fantasias criadas pela imaginação do homem podem ser estáticas – no sentido de que elas não se exteriorizam – ou dinâmicas, quando elas se manifestam materialmente, modificando regras já estabelecidas no convívio social.

• O caráter dinâmico da fantasia tem natureza objetiva

• O homem que tem dependência total de suas fantasias é infeliz porque ele passa a encontrar nelas a mesma realidade do mundo objetivo da qual fugiu.

• O homem que se diz realista e critica aqueles que praticam devaneios é um mentiroso, pois a repressão de suas volições faz com que estas apareçam no seu estado onírico.

• O homem que mente sistematicamente condiciona sua mente de tal modo, que ele passa a acreditar na sua fantasia como um fato acontecido; somente às vezes ele duvida se o mesmo aconteceu ou não.

• A arte é uma expressão de Deus que se manifesta no homem como veículo.

• O caráter simbólico com que a arte pode se expressar, às vezes está presciente a determinado estado cognitivo, indicando um caminho a seguir ou um objetivo a alcançar.

• O homem que aprecia ou que estuda a arte deve também observar a presciência a estados cognitivos, pois daí se poderia caracterizar a utilidade daquilo que aparentemente só desperta sua sensibilidade.

• Observando que a arte pode apresentar o caráter de utilidade, o homem contornaria um caminho que poderia ser muito longo quando fosse seguido por outros meios.

• O artista medíocre muito freqüentemente se apresenta com modos e atitudes excêntricas que o torna aparentemente diferente do homem comum; entretanto, ele pode possuir um potencial cognitivo inferior a este e usa a excentricidade para encobrir sua deficiência.

• A arte não possui caráter universal, sendo um dos infinitos modos de Deus.

• A arte, sendo um dos modos de Deus, está ligada ao caráter particular e subjetivo do ser humano, diferenciando-se de um lugar para outro.

• O artista de gênio pode às vezes ser sábio; entretanto, esta excelsa qualidade não decorre de sua condição de artista, mas dos infinitos atributos de Deus.

• A ciência é um dos infinitos atributos de Deus.

• A ciência possui caráter universal, podendo se manifestar através do pensamento difuso no Universo.

• As leis da natureza constituem parte do Pensamento de Deus, e por isso são imutáveis.

• As maravilhosas máquinas que os homens constróem com a matéria decorrem do Pensamento de Deus, o Qual com seus infinitos atributos tornam possível qualquer combinação de elementos, gerando novos mecanismos cada vez mais crescentes na sua complexidade.

• O gênio do homem está no modo como pode a partir da matéria aparentemente desorganizada, dar-lhe forma segundo um modelo predeterminado, construindo máquinas de toda espécie, algumas delas com mecanismos engenhosos, que nos é difícil abandonar a idéia de que o homem tem uma origem divina.

• A origem do homem integral não pode estar ligada à teoria da evolução. Em algum momento, o homem, já com seu cérebro anatomicamente formado, fez-se potencialmente diferente de todas as outras espécies, com capacidade para pensar livremente, e dotado de todas as faculdades intelectuais que hoje possui, e ainda mais aquelas que se ligam diretamente e individualmente a Deus.

• O senso moral e outras faculdades que ligam o homem a Deus são os modos que o diferencia do resto do gênero animal.

• Nenhuma máquina construída pelo homem pode possuir senso moral ou as faculdades que estão ligadas diretamente a Deus. O próprio senso moral é um atributo de Deus que se apresenta somente no ser humano.

• O homem não pode transmitir senso moral a uma máquina, porque se pudesse fazê-lo chegaria a ter os atributos de Deus, o que é impossível, pois estes somente a Ele pertencem.

• A intuição está mais próxima de Deus do que todas as faculdades intelectuais que o homem possui.

• O homem que não atende a sua intuição faz expungir da mente essa faculdade que o permite criar e ser livre, ficando sujeito a um estreito agnosticismo que limita ainda mais as manifestações que efluem dos estados subjacentes que estão próximos a Deus.

• Os estados subjacentes que estão próximos a Deus efluem de maneira específica, isto é, nem todo homem pode ter um canal para esses estados; entretanto, por meio da fé poderá atingí-los.

• O contínuo movimento da matéria forma um ciclo com os estados subjacentes de Deus, ora divergindo, ora confluindo para Ele mesmo.

• A vida deve fazer parte de um ciclo numa forma embrionária e extensa, de modo que ela possa se manifestar em qualquer parte do universo, conforme as condições favoráveis para o seu desenvolvimento.

• A incomensurável extensão do universo é uma evidência dos estados não dimensionais subjacentes, pois se assim não o fosse, o conjunto harmônico de leis do universo poderia ser rompido em algum lugar. O que sustenta estas leis são as formas subjacentes, as quais por sua própria natureza mantém o equilíbrio que deve existir em estados que se apresentam pela tríade espaço, tempo, e matéria.

• O homem está tão afeito aos conceitos ordinários de espaço, tempo, e matéria que lhe é difícil imaginar um estado que possa prescindir destes conceitos. Entretanto, os estados subjacentes são necessários, pois as informações que eles transmitem atingem todo o universo, sem depender da relação que existe entre espaço, tempo, e matéria.

• A não dependência dos estados subjacentes àqueles que estão na fase espaço, tempo, e matéria, permite que o universo como um todo receba instantaneamente o influxo das leis que o regem.

• As leis que regem o universo são semelhantes a determinadas operações programadas que o homem introduz em uma máquina, a qual não pode alterar por si só o seu estado que se repete sistematicamente sem modificar essas operações preestabelecidas..

• Embora a mecânica quântica tenha mostrado a maior amplitude do comportamento da matéria, pois exclui o conceito clássico de órbita e outros, mesmo assim as configurações estatísticas obedecem a uma determinação que no todo se assemelham ao comportamento mecanicista que muitos crêem existir no universo.

• Nem todo cientista de gênio é sábio; contudo, aquele que o é transcende a ciência que cultiva, passando a vê-la como um elo do sistema universal de matéria e formas subjacentes.

• O universo todo é constituído de matéria e formas subjacentes; estas são infinitas e constituem os atributos de Deus.

• Os infinitos atributos de Deus dão-lhe o caráter de ubiqüidade, o que implica na unidade das leis que regem o universo como um todo. Por outro lado, essas leis são restritas à tríade espaço, tempo, e matéria, e são determinadas pelas formas subjacentes.

• O homem, como parte singular do universo, tem em si algumas propriedades das formas subjacentes, o que lhe permite sondar o universo com os instrumentos criados por sua inteligência a qual é também um dos atributos de Deus.

• Com exceção da inteligência, outras formas subjacentes que residem no homem permitem com que este se situe de modo especial no universo, podendo até mesmo auscultar alguns vestígios mais externos de Deus.

• As formas subjacentes que residem no homem podem fazer com que as informações se propaguem sem dependência de espaço, tempo, e matéria, podendo dar surgimento a eventos que, de algum modo, ainda não encontram explicações satisfatórias, segundo a escala de medidas do mundo físico.

• É muito provável que outros estados subjacentes de Deus já tenham se manifestado em alguns seres humanos, de modo explícito e com grande número de modos, de forma a lhe conferir poderes que são estranhos às leis naturais.

• O espírito humano é uma manifestação dos estados subjacentes de Deus, não se podendo atribuir ao acaso o arranjo singular da matéria que deu origem ao homem.

• Atribuir ao acaso a progênie do homem é como excluir de uma estrutura física o plano que lhe deu origem.

• Existem homens ignorantes que são sábios e homens eruditos que são néscios.

• O estado subjacente mais visível de Deus nos animais é o instinto.

• O instinto do homem é diferente do instinto animal, pois está mais perto dos estados subjacentes específicos e individuais de Deus.

• A teoria da evolução das espécies que o próprio homem engendrou é contraditória com o engenho que lhe é próprio, pois este provém de Deus.

• O ser humano pressente os estados subjacentes de Deus, embora muitas vezes não os admite só por esnobismo.

• O esnobismo de certos homens de ciência em relação aos estados prescientes, torna-os insensíveis frente ao homem simples que pode pressentir os estados subjacentes de Deus.

• Não existe diferença essencial entre o ignorante e o sábio, mas ela pode existir entre aquele e o erudito.

• A grande quantidade de conhecimento acumulado e que está registrado em livros, filmes, computadores etc., pode fazer do homem um mero repositório de dados. Neste sentido, ele está sujeito a uma obliteração de suas melhores tendências inatas, que podem fazer emergir dos estados subjacentes de Deus idéias originais e criadoras capazes de dar nova orientação a todo organismo social.

• Os contrastes da vida e da natureza humana são necessários para um estado de felicidade.

• Sendo infinitos os estados subjacentes de Deus, e a felicidade humana estando a eles ligada, não podem ter limites quanto as sensações oriundas dos contrastes que lhe são característicos. Isto significa que a felicidade, embora não possua caráter universal, pode, em particular, ascender a um estado de beatitude que depende da estrutura mental de cada indivíduo.

• A felicidade humana não pode ser estática. A sua natureza exige que haja uma perene transformação de estados, e, embora ela não adquira um caráter de continuidade, deve possuir intensidade diferente em cada instante, pois assim o exige a natureza humana.

• A felicidade humana deve excluir os estados mórbidos associados ao ódio e às paixões.

* A felicidade é a procura da felicidade.

* O tempo só existe quando não se tem nada a fazer.

* Quem tem intestinos e órgãos sexuais não pode ser santo.

* O tempo pára quando se dorme.

* O tempo é um estado de consciência; como esta é uma propriedade humana, então o tempo físico universal não existe.

* Por que ter medo da morte? Não acreditas na promessa de nosso Senhor Jesus, o Cristo?

LSFerreira
Enviado por LSFerreira em 08/03/2012
Código do texto: T3543078