A Noite
Beijei a boca da Noite, ela tinha gosto de vinho, fechei os olhos enquanto ela acariciava meus cabelos, não a toquei, não quis toca-la com medo de estragar aquele momento. Queria seu colo muito mais que seus lábios, seus beijos iriam me intorpecer, seus abraços me confortariam. Calei minha boca com um suspiro saudoso pela época que a Noite me levava até os braços de quem tanto amo, não que hoje não me leva, sim, ela ainda me acompanha, sem tanta freqüencia, sem tanta fé, mas sempre me apoiando mesmo quando não concorda. É ela quem me vela, é ela quem me cobre mas, definitivamente, não é quem me ama, apenas é uma das rotas para que eu chegue a tanto.