Um dia em vão
Foi ontem...
O dia mais importante que vivi,
Mais distante de agora,
Um agora cheio de coisas de depois,
E ainda assim imaginei que não acabaria.
Pequenos momentos o fizeram longo,
Contudo, paro e questiono...
Quantas vitórias consegui?
Quantas glórias posso comemorar?
Se minhas mãos estão vazias sem troféus,
Se não tenho histórias ricas de detalhes,
Para descrevê-las em meu livro da vida.
Ah! Lembrei...
Lembrei que me faltaram palavras para agradecer,
E um sorriso forçado que tentei presentear,
Foi o mais próximo que consegui de um obrigado.
Lembrei que não ouvi uma bela canção, nem tentei dançá-la,
Que um abraço é mais acolhedor que um aperto de mão,
Que duvidei dizendo sim querendo dizer não,
Que não provoquei um ato ou manifestação de alegria,
Enquanto alguém dizia: viva o hoje como se fosse o último dia.
Estaria tudo bem se os dias fossem iguais? Talvez...
Talvez a robótica explicasse os atos repetitivos,
Talvez a natureza precise de tais repetições para ensinar,
Que as coisas simples são as mais importantes,
Como dormir, acordar, comer, andar, sorrir, sonhar, amar...
Amar?... Estranho!
Ontem eu dormi, acordei, comi, andei, sorri e até sonhei, mas não amei.
Talvez por isso meu dia não valeu a pena.
Jean Rocha