O CORTIÇO

Semana passada concluí a leitura da divertida obra deste Maranhense com sotaque carioca.

Confesso que por muito tempo torci o nariz ao ver esta obra nas estantes da biblioteca municipal. Um certo dia resolvi, num assombro de nacionalismo (talvez?) fazer o empréstimo da obra.

João Romão me cativou nas primeiras linhas, com sua ambição desmedida e estratégias peculiares para alcançar a tão sonhada riqueza.

O autor consegue através da descrição dos seus maravilhosos e complexos personagens e trama impecável, afirmar a universalidade da literatura e sua atemporalidade, fazendo (em mim foi muito forte isso) nossos dias serem espelhados em sua obra, lançada em 1890, ou seja, mais de cento e vinte anos atrás.

O sucesso superficial de João Romão nos faz refletir sobre nossas buscas desenfreadas na vida, será que valerá a pena no futuro nossas lutas de hoje? A vida da Rita Baiana nos mostra o lado despreocupado e apaixonante da vida, contagiando Jeronimo, um português antes endurecido pela saudades da terra natal e depois enternecido pelos encantos da mulata.

Enfim, recomendo incondicionalmente esta belíssima obra, que além de nos divertir até a última página, nos ensina belos valores, cumprindo totalmente o objetivo da arte e da literatura.

Abraços!