Zuzu
Ainda permaneço com um nó na garganta, um aperto esquisito no peito, um suspiro que não sai de nenhuma forma. A liberdade, ah! A liberdade. Perdi-me hoje ao acordar de um pesadelo, despertando tão cedo, mesmo indo ir dormir tão tarde, pela noite de ontem. E sufoquei-me a noite inteira. Essa força, essa maneira tão esquisita de lidar com a morte, em todos os aspectos, me atordoa. Algo que mora na escuridão mais profunda de mim mesma, e que por vezes nunca me fez sentir assim. E depois de tão vastas interpretações em várias ângulos tão bem feitos da vida, deparei-me com um drama tão familiar, que poderia ter sido a minha a respeito disso. Arrepio-me. Estou em estado de êxtase, em extremo e profundo sentimento de rancor, de algo que precisa ser vomitado de mim de alguma forma.
E incrivelmente hoje amanheceu com o dia lindo, com pássaros cantando, com o sol sorrindo para quem desse olhares a ele. Incrivelmente consegui silenciar-me por alguns instantes, e sentir o gosto doce da melodia que a vida faz por vezes com a gente. Contrastes que só Deus saberá explicar algum dia. A minha sensibilização é com notoriedade, a despeito de que ainda tenho alguma aliança profunda com os outros. Emocionando-me com as suas histórias, me debruçando nelas.
E esse último suspiro de vasta interpretação, é o que tenho buscado tantas vezes por dia, nos olhares, nos sorrisos, nas pessoas que andam dispersas pela rua.
Hoje quando me deparei sozinha, com todos esses sentimentos juntos, comecei a chorar. Pela justa causa de poder me emocionar. E por saber que em todos os aspectos, há um sentido, tão maior que não podemos imaginar. E que nem sempre damos o valor que ele realmente merece.
Calo-me.