Falando de Amor

Quero falar de amor, no entanto não quero falar do amor romântico, esse amor utópico, idealizado nos romances, nos filmes,novelas, e canssões. Neste breve devaneio, me proponho a dizer de outro amor, um amor que me foi apresentado há pouco tempo, porem, parecia que já nos conhecíamos de longas datas, um amor que não é rico nem pobre, nem belo nem feio, um amor que é e não é.

Que me desculpem os filósofos ou estudantes de filosofia que irão ler essa digressão sobre o Eros platônico, ela surgiu durante um momento de conflito e profunda reflexão sobre meu atual estado de espírito, surgiu em meio a essa angustia profunda em que se encontra minha alma, acompanhada por uma delicada porem amarga melancolia, mas enfim, por que falar desse amor? Como já disse acima, ao contrario do que a maioria imagina, o amor é sempre pobre e está longe de ser delicado ou belo. Fruto dos opostos, o amor nunca estará completo em si, vive sempre em uma busca, e aquilo que o amor mais deseja é o “belo”, não entendam belo aqui, somente como beleza física ou algo parecido, esse belo que o amor tanto deseja vai alem do corpo, esta na alma, “a beleza que esta na alma é mais preciosa do que a beleza que esta no corpo”

O amor é o amado, a completude esta no amante, aquele que deseja o amado “amor”, o Eros jamais se cansa de buscar o belo, ele é o próprio impulso, ou seja, aquilo que motiva a sua busca, no entanto, mesmo dentro da pequena possibilidade de vislumbrar o belo somente de longe, sabendo que jamais o alcançara de forma completa, a busca do Eros é infinita. Todavia é essa busca que o faz ser quem ele é, a busca é a verdadeira essência do amor, gerado da união entre os contrários, a sua natureza não poderia ser diferente.

Acho que finalmente cheguei ao ponto central desse meu devaneio, ao entender o amor como busca, paro e penso, por que nós seres humanos nos dispomos a buscar aquilo que aparentemente jamais alcançaremos? Podemos estender essa busca para os infinitos desejos e vontades que nos cercam, e boa parte desses desejos e vontades são perseguidos de forma implacável e quase que irracional, muitas vezes nos levando a viver momentos de dor e sofrimento quase que ontológicos, mais ainda assim independente de quantas vezes for necessário tentar e buscar nós não desistimos, já dissera um certo filosofo “ o homem quer ter, tudo que possa ter” e é exatamente ai que podemos observar a função do Eros platônico, a função do próprio amor que incompleto em sua natureza vive em busca de sua completude inalcançável, esse mesmo Eros que nos impulsiona a buscar tudo aquilo que desejamos ter, ainda que durante esse caminho de busca e desencontro sejamos acometidos das maiores dores da alma, ainda que essa busca seja infinita, certamente ate o infinito o Amor nos impulsionará.

um cara qualquer
Enviado por um cara qualquer em 27/09/2011
Reeditado em 09/12/2013
Código do texto: T3244205
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