leitura
Nem sempre devo pensar que determinadas coisas possam interagir de forma tão negativa em minhas horas, impossibilitando que a ação de meus impulsos se desnorteiem. Devo acreditar nas letras do meu alfabeto interior e emergir das profundezas da minha incerteza, o lírico eu adormecido de minha tristeza.
Nem sempre devo acreditar que os outros queiram me magoar e afligir a minha memória, impregnando os meus sentidos de uma atmosfera fúnebre. Devo acreditar que mesmo importunada e torturada emocionalmente, pelos menos preparados humanos nesta terra, continuar crendo nos valores que eles tenham , mesmo que esquecidos.
Nem sempre devo perder a fome quando aborrecida e deixar que outros possam interferir em minha vida como verdadeiros intrusos, percorrendo meu espaço e violando meu arquivo pessoal. Devo acreditar que existem portas invisíveis impenetráveis a estes seres humanos e impossíveis de serem transpassadas sem a nossa permissão.
Nem sempre devo alojar a dor em uma parte do meu corpo, colaborando para que o meu sistema imunológico trave uma guerra imbatível dos meus sentimentos tumultuados. DEvo crer nos exageros que ocultamos no liminar de nossa derrota.
Nem sempre refaço a leitura.
É uma pauta íntima que nos cabe ler.
Contudo, partilho a incerteza da minha tristeza com a certeza da minha memória, e aguardo o retorno sempre certo do meu equilíbrio