leitura

Nem sempre devo pensar que determinadas coisas possam interagir de forma tão negativa em minhas horas, impossibilitando que a ação de meus impulsos se desnorteiem. Devo acreditar nas letras do meu alfabeto interior e emergir das profundezas da minha incerteza, o lírico eu adormecido de minha tristeza.

Nem sempre devo acreditar que os outros queiram me magoar e afligir a minha memória, impregnando os meus sentidos de uma atmosfera fúnebre. Devo acreditar que mesmo importunada e torturada emocionalmente, pelos menos preparados humanos nesta terra, continuar crendo nos valores que eles tenham , mesmo que esquecidos.

Nem sempre devo perder a fome quando aborrecida e deixar que outros possam interferir em minha vida como verdadeiros intrusos, percorrendo meu espaço e violando meu arquivo pessoal. Devo acreditar que existem portas invisíveis impenetráveis a estes seres humanos e impossíveis de serem transpassadas sem a nossa permissão.

Nem sempre devo alojar a dor em uma parte do meu corpo, colaborando para que o meu sistema imunológico trave uma guerra imbatível dos meus sentimentos tumultuados. DEvo crer nos exageros que ocultamos no liminar de nossa derrota.

Nem sempre refaço a leitura.

É uma pauta íntima que nos cabe ler.

Contudo, partilho a incerteza da minha tristeza com a certeza da minha memória, e aguardo o retorno sempre certo do meu equilíbrio

Ka Risse
Enviado por Ka Risse em 17/08/2011
Código do texto: T3165197
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