Um beijo não é somente um beijo

Um momento solene, que é capaz de exprimir todos os sentimentos incontidos em palavras. Uma ação do corpo que faz valer tudo o que a alma quer dizer e não há como. Toda a tradução do que está para ser dito se resume tão somente neste único movimento.

O que seria da humanidade se a natureza não tivesse criado o beijo como a mais bela forma de expressar o que se sente? Quão distante todos ficariam se este reles toque físico, de troca de saliva, de mexer os lábios, de brincar com a língua, não existisse de fato?

Temos o beijo na bochecha, que é uma invenção da sociedade, uma forma educada, mas mais próxima, de dizer oi.

Temos o famoso selinho, para os pais, mães, tios e até mesmo amigos.

Temos o beijo do primeiro encontro, que pode ser desajeito - e como o é, pois não se sabe ainda da preferência do outrem -, suave, selvagem, voluptuoso, ou simples...

Temos o beijo que perdura por uma eternidade, quando se sabe o que está beijando e, por vezes, brincamos com a surpresa de algo diferente que o outro não espera.

Um beijo, por si só, é um universo no qual ele só existe naquele momento e quando tudo se desfaz, o universo, todo ele, todo o pensamento, tudo o que se diz, se desfaz e volta ao seu estado natural onde os lábios só entendem este meio de comunicação e o coração consente em apenas ouvir, de longe, os rumores que os seus colegas de trabalho estão aprontando.

Um olhar penetra, um sorriso desarma e um beijo fala...

Um beijo não é somente um beijo.