Por quê? Ah, sei lá

Perguntamos demais e somos insaciáveis comilões de respostas. Tudo tem que ter um porquê, tudo tem que ter um significado, tudo tem que ter uma resposta. Mas nunca parou-se pra pensar que não precisamos de respostas pra tudo.

Imagine uma parede branca, sem nada mesmo. Aí eu te pergunto:

-Por que ela é assim?

E você me responde com sagacidade:

-O dono quis assim, oras.

Muito bem, e eu volto a te perguntar:

-Mas, por que o dono quis assim?

E você, rindo da minha pergunta, responde:

-Pois, ele deve gostar assim ué!

Eu, insistentemente, pergunto:

-Por que ele gosta assim?

Das duas uma, ou você me manda pra ‘aquele’ lugar, ou você responde educadamente:

-Ah, sei lá!

Eis que chegamos onde deveríamos chegar, no ‘sei lá’. Ficar sem resposta pra uma situação não é de todo mal assim. Os ‘sei lás’ podem responder muito mais do que pensamos. Eu gosto de ‘sei lás’, gosto de pessoas que não têm resposta pra tudo, pois elas pensam e, pensar é melhor que justificar.

Pensar nos leva a refletir, e a reflexão nem sempre nos dá uma resposta pronta. Talvez por isso não refletimos com tanta frequência como deveríamos. Refletir é analisar o caminho que se faz até uma resposta, e se não houver resposta não há problema, refletiu-se e isso já é aprendizado demais, saiba conduzí-lo.

Essa nossa mania de justificativa nos remete a muitos caminhos que, às vezes, são desnecessários. E sabem por que somos assim? Por medo. Temos medo de sermos menos inteligentes que os demais, queremos ter resposta na ponta da língua, queremos ser mais. E sabem mais um porquê? Pois somos ambiciosos. Possuímos uma sede de destaque que nos leva aos porquês.

Analisem que, não precisamos de tantas respostas. Afinal, você sabe o porquê da sua existência? (Não levemos isto pra o lado religioso, veja bem, este não é o foco). Não temos resposta pra isso, pois nosso objetivo aqui é viver e não perguntar. Objetivo não é resposta, é função. Viva e não pergunte, sabe por quê? Sei Lá!

@sabrinacarol_

http://sombradarvore.blogspot.com/

Sabrina Silva
Enviado por Sabrina Silva em 31/07/2011
Reeditado em 01/08/2011
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