A quem se dá a beleza?
A beleza, meus caros, tem os seus caprichos.
Ela não se dá a todos sem reserva.
Qual mulher dengosa escolhe com critério só seu a quem deseja entregar-se.
Entretanto, quando me refiro à beleza, não estou a evocar tão somente a aparência física, fugaz engano traído pelo tempo.
Falo das coisas belas, que tocam a alma de forma definitiva. Daquelas que os anos não maculam. Das que resistem até aos séculos. Assim como uma tela de Van Gogh ou Monet, como uma sinfonia de Amadeus, um traço de Niemeyer, um poema de Pessoa, a dança de Baryshnikov...
*Reflexão sobre a beleza, fragmento do texto na cama com Chico Buarque, de 23/07/2011
Paz e bem!
Jane Simões