Rebanho de Lobos
O ser humano é egoísta por natureza. É obrigado a submeter essa natureza a ações altruístas para ganhar algum valor e reconhecimento na sociedade.
O porquê dessas ações serem feitas acaba não fazendo muita diferença para quem é ajudado, pois o resultado será essencialmente o mesmo. Quem se importa se doaram dinheiro anonimamente pra um orfanato ou se o doador pediu uma plaquinha de agradecimento pelo feito?
Isso não seria problema se não fosse o fato de que as pessoas que se precisam construir um ego em cima de ações que, pelo senso comum, são altruístas, geralmente apresentam caráter totalmente divergente da imagem que estão tentando passar. Esse caráter, entretanto, é dos mais difíceis de se esconder e acaba aparecendo em outras esferas, menos evidentes, da vida.
Desse modo, quando uma pessoa faz parte de uma ONG protetora dos animais, distribui comida aos mendigos e vai contar histórias nos asilos, não se deve surpreender quando ela chegar em casa e brigar com a mãe porque esta errou no açúcar do café.
A bondade, nas pequenas coisas do dia-a-dia, na gratidão por um presente, na retribuição de um carinho, são raras. São raros os cordeiros sem lobo dentro.