Falta
Aonde eu estou, me perguntei de novo. Resposta óbvia, em um canto qualquer aí dentro de você. Ainda aí, tão quase insuportável sentir que continuo aí é saber que permanecerei aí, imóvel, imutável e insignificante, e tantos outros is que só sugerem a falta. Sempre a falta. Não a falta de presença, não a falta que sugere saudade. Sempre a falta de amor, sempre a falta de querer e sempre a falta de sentir. Eu serei sempre a falta. Juro que ficarei em silêncio, mas juro isso por mim, pois aí eu sou a falta de voz, aliás, a quase falta de vida. Não sei por que não me mata de uma vez, é incômodo estar quase viva. É incômodo não poder ser sentida, é incômodo nunca evoluir e é muito incômodo nunca sair da inércia em que você me deixa. e eu estarei aí, em um quanto qualquer, pois sou também a falta de ser lembrada.