Namastê
Delimitei lembrar de ti meu amor com tudo o que é seu e lhe acompanha: a calma depois da tempestade, suas marés e vazantes, seus longos aborrecimentos tão longos como os longos fios dos seus cabelos, o seu sorriso de sol. Recolhi de um passado remoto mas não tão distante um instante de carinho de seus olhos, de quando ainda havia carinho em seus olhos. Consagrei esse momento como lembrança. Selei em uma bola azul o sumo nosso dessa nossa encarnação, o que de bom houve, o entendimento que pode existir entre nós, a nossa melhor essência e o enviei ao eterno numa carta póstuma... Então um beija-flor veio beijar minha janela e o sol piscou três vezes. Namastê.