Minhas INDEFINIÇÕES

Meus pensamentos se degladiam arredios.

Sabem que estou doente de amar e desamar

e que a cada dia ensaio prelúdios de lamentações,

como se meu acabar-me se anunciasse nos meus versos.

Minha alma, antes servil e servida por um corpo sano,

se estremece por meus olhos moribundos,

olhos que tanto olharam, sentiram e fotografaram,

tudo o que pôde representar-me aos sistemas.

Hoje jã não sei se amo, se um dia amei deveras,

ou se os meus sentimentos se inventaram

conforme minhas necessidades obtusas,

e como tais, indefiníveis como a abstração do meu próprio eu.

Damião um POETA
Enviado por Damião um POETA em 25/05/2011
Código do texto: T2992114
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