Minhas INDEFINIÇÕES
Meus pensamentos se degladiam arredios.
Sabem que estou doente de amar e desamar
e que a cada dia ensaio prelúdios de lamentações,
como se meu acabar-me se anunciasse nos meus versos.
Minha alma, antes servil e servida por um corpo sano,
se estremece por meus olhos moribundos,
olhos que tanto olharam, sentiram e fotografaram,
tudo o que pôde representar-me aos sistemas.
Hoje jã não sei se amo, se um dia amei deveras,
ou se os meus sentimentos se inventaram
conforme minhas necessidades obtusas,
e como tais, indefiníveis como a abstração do meu próprio eu.