Adeus às espadas
E já que sou uma bruxa que deveras devia ter sido queimada em uma fogueira medieval antes dos malditos sortilégios que joguei sobre o incauto rapaz, o que faz dele um utilizador de certas pílulas azuis e do diário cinco contra um diante do computador, diga adeus às suas espadas em riste. É sim, a culpa é minha, e me engrandeço nela, e me regozijo nela e me lamento nela. Maldito trágico e maravilhosamente agradável dom esse, o de levar outrem ao desespero.
O estômago do lobo mau não tem sucos gástricos. O sistema digestivo dele entrou em inatividade. E ele me vomitou inteirinha.
Despertei.
Arregalei os olhos e esfreguei com o dorso das mãos. Senti duas lágrimas ainda queimando no canto puxado de meus olhos semi-verdes. Enxuguei-as e agradeci.
Mesmo que meus sonhos sejam pesadelos daqui pra frente, vou agradecer a minha boa estrela. Pois finalmente não vou sonhar mais contigo.
De migalhas a tua mesa está farta. Coma-as sozinho ou divida-as. Com as cadelas mais próximas a te lamber os pés. Agradeço a estadia, mas um banquete logo ali me espera e estou atrasada três anos.