Mãos dadas
Os pés falavam línguas diferentes
As margens não faziam sentido
Não via simetria nos traços
Até os rabiscos estavam sem rumo
Senti algumas gotas emburradas
Resisti à tentação de armar punhos cerrados
E olhei para os lados
Os diversos olhos que pude enxergar
Me devolveram o prazer do chuvisco
A recuperação e o valor do sorriso
Lembrei que é assim
Nestes momentos
De nada importa a sua natureza
Pois, quando enfraquece
Quem o faz levantar
E livremente recobrar
Aqueles mesmos valores que costumava pregar
São mesmo aqueles a quem você soube amar