Voltando à realidade
Voltando à realidade. Não há céu, não há inferno. Não há palavra, não há poema. Não há universo, não há você, não há eu, não há amor eterno feito pra durar três anos e cinco meses. Nem eu sou real nem o que escrevo é verdadeiro, se assim não for posso cotar como perda de tempo esse escrever eterno sobre a mesma musa. Não há você, não há música, só a dor é real e palpável, tem local certo e adequado entre duas vértebras do lado esquerdo do peito. Não há passado não há presente, futuro então é logo ali, mas também não há. Não há nada aqui. Não restou nada do que deixou. Não há perdão, não há fotos, não há memórias guardadas dentro de caixas de lembranças envoltas em fita de cetim. Não há filmes que não aguentaria rever. Não há passado, não há sentimento. Não há porque nunca houve, não há porque não pode haver, não há porque final round... Bom jab de direita esse seu. O nada beija o chão. K.O.
Nihil. Always.