Hora de Acordar
E eu ainda acreditava em sonhos, saia pela manhã com os cabelos ainda molhados que iam se secando conforme os ventos que entravam em contato com sua superfície, meus cabelos negros, sinceros, exatos, cabelos… O que importa é que logo estavam secos.
E assim saia caminhando sem rumo. Verdade, mas ainda sim caminhando em busca de algo, talvez algo dentro de mim; uma felicidade, uma liberdade. Acho que não. Eu queria mesmo era sonhar, e eu ainda conseguia eu acreditava em sonhos.
Logo cresci, cresci algo que nem precisava crescer me tornei um adulto, preocupado, rancoroso, desiludido, a minha pequenez de sonhador acabou-se como se acaba um filme no final da tarde. Acabou como se acaba a vida de um pernilongo irritante perambulando pelos ouvidos alheios.
Nem se quisesse sonhar poderia. Não posso enganar a mim mesmo e a palavra sonho não existe mais. É hora de acordar.